O cenário político baiano passa por um momento de intensa movimentação, com prefeitos e prefeitas deixando o grupo do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), para declarar apoio ao governador Jerônimo Rodrigues (PT). O realinhamento político, que vem ganhando força em várias regiões do estado, já é visto como um indicativo das disputas que devem marcar as eleições de 2026.
O presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), comentou o fenômeno e classificou o movimento como uma “pressão” natural e estratégica dentro do jogo político. Em entrevista nesta quarta-feira (5), o gestor apresentou uma leitura pragmática sobre o comportamento dos colegas prefeitos.
“É natural da política. Eu acho que alguns prefeitos, por alguma pressão, aí virou uma pressão meio percebendo, que para ele fazer mais um pouquinho pelo seu município, ele precisa até aliar o governo para ele ter mais verba, mais condições,” explicou o presidente da UPB.
A lógica do recurso e o olhar para o município
Para Wilson Cardoso, o realinhamento político observado na Bahia não é motivado por questões ideológicas, mas por uma busca pragmática por recursos e melhorias para os municípios. O foco, segundo ele, é o bem-estar da população local. “Eu acho que o prefeito está olhando para o seu município, para os seus munícipes,” pontuou.
O líder municipalista também atribuiu o aumento do apoio ao governador Jerônimo Rodrigues ao trabalho desenvolvido pelo governo estadual, com destaque para as ações voltadas ao interior.
Entre as áreas mais valorizadas pelos gestores estão:
Infraestrutura: obras e melhorias na malha viária e nos centros urbanos;
Agricultura familiar: programas de incentivo e fortalecimento da produção rural.
“O governo Jerônimo vem fazendo um trabalho muito forte da Bahia, levando condições na infraestrutura, na agricultura familiar. E aí, acho que isso está fazendo alguns prefeitos venham, para se proteger e levar mais recursos para o seu município,” concluiu Cardoso, reforçando que as mudanças de posição refletem o pragmatismo político característico do interior baiano.

