Com o presidente Lula (PT) internado até a próxima semana por recomendação médica após uma cirurgia de emergência, o governo brasileiro reorganiza sua estrutura para enfrentar um momento importante de negociações com o Congresso.
A internação ocorre em meio a tensões políticas envolvendo a liberação de emendas parlamentares e a tramitação do pacote de ajuste fiscal. Embora os médicos tenham descartado a necessidade de afastamento formal, recomendaram repouso absoluto ao presidente, orientando que não seja incomodado com questões governamentais.
Diante disso, o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e ministros estratégicos assumiram a condução dos principais temas da gestão federal. A internação de Lula aconteceu logo após uma reunião com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o impasse nas emendas parlamentares.
Com a ausência do presidente, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda) intensificaram as negociações para destravar votações essenciais. Na segunda-feira (9), após Lula deixar a reunião devido ao mal-estar, Rui Costa continuou as tratativas. No mesmo dia, Haddad encontrou-se com líderes do Senado na residência oficial de Pacheco, buscando acordos para viabilizar o pacote de ajuste fiscal.
Ele também assinou uma portaria liberando emendas parlamentares anteriormente bloqueadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mediante novas exigências de transparência. Fontes próximas ao governo afirmam que Lula tem delegado cada vez mais responsabilidades a Haddad, apontado como possível sucessor na corrida presidencial de 2026.
A avaliação é que o ministro da Fazenda vem sendo preparado para disputar o cargo, embora o PT negue trabalhar com um “plano B” caso Lula decida não concorrer à reeleição. Enquanto isso, Alckmin retornou às pressas de São Paulo para assumir compromissos oficiais.

