O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou nesta segunda-feira (15) que a eventual candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República em 2026 é uma decisão que cabe exclusivamente ao campo da direita e aproveitou para criticar o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), a quem acusou de ambiguidade política diante do bolsonarismo.
A declaração foi dada durante agenda ao lado do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), em vistoria às obras de macrodrenagem do canal da Mangabeira, em Salvador.
“Eu costumo dizer o seguinte: a gente não escolhe o candidato do outro time. É igual treinador querer escalar o seu time e o adversário. Não combina bem”, afirmou Rui Costa. Segundo ele, cabe a cada campo político definir seus próprios nomes. “No máximo a gente pode comentar a escolha dos outros”, disse.
Ao comentar especificamente a hipótese de Flávio Bolsonaro disputar o Planalto, o ministro avaliou que a candidatura representaria uma posição mais explícita da direita brasileira. “É uma escolha mais autêntica da direita”, afirmou. Em seguida, direcionou críticas a ACM Neto. “Agora o tanto faz vai ficar mais desavergonhado. Vai ter que assumir de que lado, de fato, ele esteve e ele está”, disse.
Rui acusou aliados do bolsonarismo na Bahia de manterem silêncio em momentos críticos do país. “Quando a família Bolsonaro traiu o país, pedindo até intervenção militar nos Estados Unidos, eles aqui na Bahia ficaram caladinhos, meio que torcendo para tudo dar errado no país”, afirmou, recorrendo a uma metáfora popular para caracterizar a postura da oposição.
Na avaliação do ministro, o cenário atual enfraquece esse discurso. Rui Costa disse que o governo Lula chega ao terceiro ano com indicadores positivos na economia e na área social. Ele citou a queda no preço da cesta básica, a inflação controlada, a redução do desemprego e o aumento da massa salarial. “É a maior geração de emprego e a menor taxa de desemprego desde que se faz a pesquisa”, afirmou.
Rui também destacou programas sociais e medidas recentes do governo federal, como a ampliação do Minha Casa, Minha Vida, que já alcançou 2 milhões de unidades contratadas, e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Segundo ele, as políticas reforçam a estratégia de crescimento com inclusão social.
O ministro mencionou ainda mudanças no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, apontando impacto direto sobre a população de baixa renda, especialmente jovens do Nordeste. “Agora vai ficar muito mais barato e mais fácil tirar a habilitação”, disse, ao citar que milhões de brasileiros possuíam veículos, mas não tinham carteira por causa do custo elevado.
