O presidente do Sindimiba, sindicato que representa as empresas de mineração, Sandro Magalhães, enalteceu o projeto “Brasil Transparente”, desenvolvido em parceria com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). A idealizadora da iniciativa foi a empresa Homerun Brasil, que foi apresentada às indústrias, nesta segunda-feira (9), em evento realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), em Salvador.
“Homerun está vindo aqui na Bahia, depois de um processo de pesquisa na região de Belmonte, e ela vem potencializar esse recurso que nós temos aqui na nossa terra, que é a sílica de altíssima pureza. A vinda da Homerun para o estado vai colocar a Bahia na mira. É um estado que está fazendo, na prática, a implementação de indústrias, já partindo para a transição energética”, disse Sandro Magalhães em conversa com a imprensa.
Segundo ele, esse é “grande marco para a Bahia, proporcionado pela CBPM”. “Hoje, nós estamos aqui na Federação das Indústrias, com os nossos vários parceiros, para comemorar essa parceria, também aproveitando a oportunidade para confirmar a filiação da CBPM ao Sindicato das Mineraduras da Bahia. A Bahia vive um excelente momento, porque ela possui, tanto na Federação das Indústrias, quanto na CBPM, líderes que estão realmente fomentando o desenvolvimento do nosso estado”, completou.
Homerun Brasil apresenta projeto voltado à transição energética
O grande destaque do projeto é a construção da primeira fábrica de vidro solar fora da China no município de Belmonte, região sul da Bahia. O empreendimento será dedicado à produção de painéis fotovoltaicos de alta performance, a partir da sílica de elevada pureza encontrada exclusivamente em território baiano. A unidade fabril utilizará tecnologia de ponta e integrará a cadeia de produção de energia limpa, posicionando o estado da Bahia como um protagonista global na indústria fotovoltaica.
Para o presidente da CBPM, Henrique Carballal, o projeto representa o rompimento de uma lógica colonialista à qual o Brasil foi submetido ao longo do seu processo histórico. “Nós estamos montando aqui na Bahia, pela primeira vez na história, uma mina que gera uma commodity a ser processada com altíssima tecnologia, com a cadeia totalmente verticalizada no município de Belmonte, que é esse vidro solar”, ressaltou.
Protagonismo global
A Homerun Brasil terá a missão de construir e operar a planta industrial, cuja produção alimentará diretamente a cadeia global de energia solar. O diretor-presidente da empresa canadense, Antonio Vitor, destacou o potencial da matéria-prima a ser utiliza neste processo: a areia silicosa presente em área da CBPM, no distrito de Santa Maria Eterna, em Belmonte.
“A Bahia tem a única sílica com essa qualidade de pureza no mundo. Nenhum outro canto do planeta, até esse momento, tem a mesma sílica. Essa sílica transformada em vidro solar vai capacitar a absorção da luz nesses painéis fotovoltaicos”, destacou.
“Com essa tecnologia, as placas solares poderão gerar até o dobro da energia em relação às atuais. A Bahia se colocará na posição do segundo local no mundo que fabricará vidro de painel solar”, emendou Antonio Vitor.
Sustentabilidade e inclusão
O projeto contempla, ainda, ações voltadas à sustentabilidade, como o uso de energia limpa, reaproveitamento de água, minimização de resíduos e a criação de um fundo de educação voltado à qualificação e inclusão produtiva da população local.
Com essa iniciativa, a Bahia avança significativamente rumo a uma economia mais verde, inovadora e inclusiva, reafirmando seu protagonismo na transição energética e no desenvolvimento de uma indústria nacional de base tecnológica e ambientalmente responsável.

