O senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que não pretende adotar a mesma estratégia do ex-vice-governador João Leão em 2022 caso o PSD fique fora da chapa majoritária nas eleições de 2026. A declaração foi feita em entrevista à rádio Metrópole, na sexta-feira (12), ao comentar os movimentos preliminares de articulação política para o próximo pleito na Bahia.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de reação semelhante à de João Leão — que rompeu com o grupo governista após ser preterido na composição da chapa —, Otto disse ter um perfil distinto e descartou decisões bruscas. “Eu não tenho um perfil de João Leão, não. Nunca tive. Eu respeito o anjo de João Leão, é um grande político, mas eu sou mais moderado”, afirmou.
O senador ressaltou que evita posicionamentos intempestivos e defendeu a construção política baseada no diálogo. “Eu penso mais, não tomo decisões assim, sem raciocinar. A grande vantagem de qualquer profissional, sobretudo de um político, é observar a razão do outro, não achar que só você tem razão”, disse.
Apesar do tom conciliador, Otto impôs limites claros para eventuais alianças. Ele afirmou ter dificuldade em integrar um palanque associado ao bolsonarismo, hipótese aventada no cenário de rearranjos eleitorais. “Eu tenho uma grande dificuldade de mudar o meu discurso para ir com o palanque que tem a defesa do bolsonarismo. Eu não posso fazer isso. Eu discordo de tudo que Bolsonaro pregou no Brasil”, declarou.
A fala ocorre em meio às discussões sobre a formação da chapa governista para 2026 e ao papel que o PSD ocupará na aliança liderada pelo PT no Estado. Em 2022, a exclusão de João Leão da disputa majoritária levou o então vice-governador a romper com o grupo e se alinhar à oposição.
