Salvador, 27/11/2025 09:57

Justiça e Segurança

Operação Poço de Lobato mira fraude bilionária no setor de combustíveis

Polícia Civil
Divulgação
Luana

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Uma das maiores operações fiscais já realizadas no país mobiliza, nesta quinta-feira (27), centenas de agentes em seis estados para desmontar um vasto esquema de sonegação bilionária no setor de combustíveis. A ofensiva tem como alvo empresários e empresas ligadas ao Grupo Refit, comandado por Ricardo Magro, apontado como o maior devedor de ICMS de São Paulo e um dos principais inadimplentes tributários da União. O Ministério Público paulista estima que o prejuízo provocado pelo esquema ultrapasse R$ 26 bilhões em dívida ativa.

A ação cumpre 190 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Distrito Federal. Entre os alvos estão pessoas físicas e jurídicas suspeitas de integrar uma organização criminosa dedicada à sonegação de tributos, fraudes fiscais estruturadas e lavagem de dinheiro. A Justiça determinou o bloqueio imediato de R$ 8,9 bilhões dos investigados, enquanto a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional trabalha para tornar indisponíveis mais R$ 1,2 bilhão no âmbito federal.

Batizada de Poço de Lobato — referência ao histórico campo petrolífero baiano —, a operação mobiliza mais de 621 agentes de diversas instituições, como o Ministério Público de São Paulo, Secretaria da Fazenda paulista, Polícia Civil, Polícia Militar, Receita Federal, Procuradoria-Geral do Estado e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Segundo a Promotoria, empresas ligadas à Refit montaram uma estrutura complexa para driblar o pagamento de ICMS, criando companhias em série para escapar da cobrança e simular operações interestaduais. As investigações indicam que o grupo ignorava deliberadamente suas obrigações fiscais enquanto desenvolvia novos mecanismos de fraude para manter vantagens competitivas no mercado de combustíveis.

As apurações também identificaram uma rede sofisticada de colaboradores responsável por ocultar os verdadeiros beneficiários das operações ilícitas. Por meio de camadas societárias, manipulação de documentos e transações financeiras simuladas, o grupo ampliava sua atuação na cadeia produtiva e distributiva, sustentando seu crescimento mesmo diante de sucessivos débitos com o poder público.

Luana
Jornalista formada pela Estácio Bahia com experiências profissionais em redações, assessoria de imprensa e produção de rádio. Possui passagens no BNews, iBahia, Prefeitura de Salvador e Texto&Cia.

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