A deputada federal Erika Hilton (PSOL) revelou, nesta quarta-feira (16), que o governo dos Estados Unidos concedeu-lhe um visto com o gênero masculino, contrariando seus registros civis brasileiros, que indicam o gênero feminino. O episódio ocorre em um contexto de mudanças nas políticas de gênero implementadas durante a presidência de Donald Trump, mas também tem repercussões no atual governo de Joe Biden.
Hilton foi convidada a participar da Brazil Conference, realizada na Universidade de Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), mas decidiu desistir da viagem após o ocorrido. A parlamentar classificou a situação como um desrespeito a seus registros civis brasileiros e um caso claro de transfobia. Ela afirmou que levará o caso às Nações Unidas e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Em 2023, quando o visto foi expedido pelo governo Biden, Erika Hilton havia obtido o documento com o gênero feminino. Em um post no X, a deputada comentou o ocorrido: “Sim, é verdade. Fui classificada como do ‘sexo masculino’ pelo governo dos EUA quando fui tirar meu visto para ir à Brazil Conference, na Universidade de Harvard e no MIT. Não me surpreende. Isso já está acontecendo nos documentos de pessoas trans dos EUA faz algumas semanas.”
Hilton também expressou indignação ao afirmar que os documentos que apresentou são oficiais e retificados, e que é registrada como mulher, inclusive em sua certidão de nascimento. A parlamentar destacou que o governo dos EUA está ignorando documentos legais de uma nação soberana e agindo de forma discriminatória contra pessoas trans.
