Salvador, 27/11/2025 18:15

Brasil

“Alíquota de 50% é extremamente restritiva”, diz presidente da FIEB sobre tarifa dos EUA

FIEB
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O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, criticou a nova tarifa de importação imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e cobrou ação diplomática efetiva do governo federal para evitar prejuízos à indústria nacional.

“Essa alíquota de 50% é extremamente restritiva à continuidade dos negócios. Honorar um comprador com metade do valor do produto é, na prática, inviabilizar qualquer negociação. Precisamos que o governo brasileiro atue com prioridade para reverter esse cenário”, disse o gestor em conversa com a imprensa nesta quarta-feira (16), durante o lançamento da ExpoTech 2025, em Salvador. 

Carlos Henrique pontuou que 90% das exportações da Bahia para os EUA são feitas pela indústria, o que reforça o impacto direto da medida sobre a economia do estado. Os setores mais afetados são os de celulose, pneus e derivados de cacau, todos com forte presença no mercado externo.

“Essa não é uma tarifa de importação, mas uma barreira de mercado. Atinge diretamente a indústria da Bahia e afeta o ambiente de negócios de forma grave. É preciso separar a pauta política da pauta económica”, ressaltou.

Além disso, o presidente da FIEB informou que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem desempenhado um papel central no diálogo com o governo federal e com o setor produtivo. Ele destacou que a CNI representou toda a indústria brasileira na primeira reunião com autoridades do governo Lula sobre o tema, reforçando a urgência da questão.

“A mensagem da CNI foi validada por todas as associações de classe presentes. O presidente Robson Braga de Andrade tem se empenhado, e já participamos de duas videoconferências para apresentar a visão dos estados. O momento exige união em torno da diplomacia econômica”, falou.

Na oportunidade, ele também criticou a possibilidade de o Brasil retaliar com medidas de reciprocidade. “Aplicar uma tarifa de importação em resposta não resolve nada. Pelo contrário, piora o ambiente industrial. O caminho é a negociação, com apoio do Ministério da Indústria e Comércio e das entidades empresariais, para restabelecer um ambiente saudável de comércio entre Brasil e Estados Unidos, que já têm mais de um século de parceria”, afirmou.

A nova tarifa americana, de 50% sobre determinados produtos brasileiros, tem gerado forte reação entre lideranças industriais e comerciais do país. O governo brasileiro ainda estuda a melhor forma de reagir, mas há pressão para que opte por caminhos diplomáticos e técnicos, evitando uma escalada de tensões económicas com o principal parceiro comercial do Ocidente.

Na Bahia, onde a indústria é responsável por uma fatia expressiva das exportações, o tema já mobiliza o governador Jerónimo Rodrigues (PT), entidades, empresários e parlamentares, que esperam agilidade e firmeza na atuação do Itamaraty e dos ministérios econômicos.

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