A Cidade do Saber (CDS) se transformou em um grande ponto de encontro de ideias, histórias e manifestações artísticas durante a 1ª edição da FELIZCAM – Festa Literária de Camaçari, realizada nos dias 3 e 4 de dezembro. O evento, que reuniu aproximadamente 2 mil participantes, marcou a estreia de uma iniciativa que promete fortalecer o calendário cultural e educativo do município, oferecendo uma programação totalmente gratuita e acessível.
Promovida pela Secretaria da Educação (Seduc) e pela Secretaria da Cultura (Secult), a festa prestou homenagem aos mestres Bule-Bule, Dadu, Bete, Careca e à Mestra Nildes (in memoriam). Reconhecidos como guardiões da tradição oral e da memória cultural de Camaçari, eles simbolizam a força da literatura que nasce da voz, do gesto e da experiência coletiva.
Durante os dois dias de programação, o público teve acesso a oficinas, rodas de conversa, palestras, apresentações teatrais, exibições audiovisuais e contações de história. O conjunto de atividades formou um panorama diverso, voltado a diferentes faixas etárias e interesses, reforçando o caráter plural da festa.
Para o secretário da Educação, Márcio Neves, a FELIZCAM inaugura um novo capítulo no compromisso de Camaçari com a cultura e o conhecimento. “A FELIZCAM não foi apenas uma festa literária, foi um movimento histórico de afirmação da nossa identidade, da nossa cultura e do poder transformador da educação. Tivemos professores, estudantes, artistas, escritores e mestres da cultura popular compartilhando saberes, sonhos e esperança. A FELIZCAM mostrou que Camaçari tem voz, talento e um povo que acredita no conhecimento como ferramenta de transformação. É o início de uma nova história, de uma cidade que lê, que cria e que se reconhece na sua própria potência”, afirmou.
Um dos momentos de maior destaque do evento foi a distribuição gratuita de cerca de 16 mil livros, ação que ampliou o acesso ao universo literário e reforçou o caráter democrático da iniciativa. Os exemplares foram entregues a estudantes, professores e moradores de várias regiões do município, contribuindo para a formação de novos leitores e o fortalecimento da cultura escrita.
A festa também contou com presenças de expressão no cenário intelectual e artístico. Entre elas, a professora e pesquisadora Bárbara Carine, além de talentos nascidos em Camaçari que hoje ganham projeção nacional, como o poeta, compositor e escritor Jordan. O encerramento ficou por conta da banda Afrocidade, que levou ao palco uma apresentação marcada pela potência rítmica e pelo vínculo afetivo com a cidade.
Com sua primeira edição, a FELIZCAM se consolida como uma iniciativa que ultrapassa o campo literário e se afirma como um movimento cultural de celebração, memória e educação — apontando para um futuro em que Camaçari se reconhece e se reinventa por meio da palavra.
