O secretário da Fazenda da Bahia, Manoel Vitório, voltou a defender nesta quarta-feira (26) a política de contratação de empréstimos adotada pelo governo Jerônimo Rodrigues (PT). Durante agenda voltada ao anúncio de uma iniciativa inédita no país para o uso de Combustível Sustentável de Aviação, o titular da Sefaz afirmou que a discussão sobre o tema tem sido conduzida com “confusão” por parte de críticos e reiterou que o Estado mantém solidez fiscal para ampliar investimentos.
Vitório destacou que a autorização legislativa para contrair créditos não significa ingresso imediato dos recursos no caixa estadual. Segundo ele, boa parte dos R$ 20 bilhões já investidos pela gestão petista desde 2023 foi financiada com recursos próprios do Tesouro.
“Às vezes há uma confusão, porque uma coisa é encaminhar os pedidos para a Assembleia Legislativa e ter a autorização para emprestar. Outra coisa é o tempo de ingresso dos recursos, que leva um período para acontecer. Quando o governador anuncia que já investiu R$ 20 bilhões, a maior parte veio do Tesouro”, afirmou.
O secretário sustentou que os novos empréstimos têm como objetivo ampliar a capacidade de investimento em áreas estratégicas, como saúde, segurança, educação e infraestrutura — setores que, segundo ele, exigem respostas mais rápidas do poder público em razão do crescimento econômico do estado.
“A Bahia precisa e exige mais investimentos. É isso que estamos fazendo: ganhar tração. Temos responsabilidade social e também responsabilidade fiscal. Somos um dos estados menos endividados do Brasil”, disse Vitório. Ele comparou a situação baiana com a de outras unidades da federação, citando São Paulo como exemplo de alto endividamento e grande capacidade de atração empresarial devido ao histórico de investimentos.
“Qualquer pessoa que vá ao Rio de Janeiro ou a São Paulo vê o tamanho da infraestrutura construída. Não é à toa que São Paulo atrai tantas empresas: investiu muito. A nossa relação entre receita corrente líquida e endividamento é inferior a 40%. Se a Bahia fosse uma empresa, precisaria de menos de 40% da receita corrente líquida para pagar todas as dívidas. São Paulo, por exemplo, não conseguiria quitar tudo nem com a receita inteira”, afirmou.
Vitório concluiu dizendo que a ampliação do crédito é uma ferramenta legítima e necessária para sustentar o ritmo de obras e programas, além de permitir que a Bahia dispute investimentos privados em condições mais competitivas.
“É preciso que o Estado invista para atrair empresas, gerar empregos e garantir qualidade de vida. A Bahia tem histórico e faz isso de maneira responsável”, afirmou.

