Carlos Henrique Passos, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), afirmou nesta quinta-feira (6) que o empresariado baiano acompanha com expectativa positiva as negociações entre Brasil e Estados Unidos para a redução de tarifas. Em entrevista à imprensa durante evento na Associação Comercial da Bahia (ACB), no bairro do Comércio, Passos destacou também a relevância estratégica das relações comerciais com a China para atrair investimentos ao estado.
“O setor empresarial tem uma expectativa muito grande dos entendimentos que estão sendo exercidos e realizados pelo governo brasileiro, pelo governo dos Estados Unidos”, declarou Passos, lembrando que liderou uma missão empresarial no início de setembro para abrir canais de diálogo quando o impasse ainda parecia sem solução.
O presidente da Fieb enfatizou que a relação com os Estados Unidos é essencial para a indústria baiana, especialmente pela complementaridade na troca de produtos semiacabados. “Há uma troca complementar de importação e exportação no setor industrial, quando produtos saem daqui da Bahia ou do Brasil semi-acabados para serem concluídos nos Estados Unidos, ou o inverso disso,” explicou.
China: da importação aos investimentos
Sobre a China, Passos traçou um panorama diferenciado. Segundo ele, o país asiático concentra atualmente maior participação na importação de commodities do agronegócio, com pequena fatia de produtos industriais. No entanto, o foco da relação bilateral tem sido a atração de investimentos industriais.
“O que nós estamos trabalhando muito com a China é a busca de investimento”, revelou o presidente da Fieb, citando as missões empresariais lideradas pelo governador Jerônimo Rodrigues. “Tivemos na semana passada, temos nessa semana missões empresariais da China que buscam ver oportunidades de instalação de unidades industriais com investimentos significativos, que é isso que o Brasil precisa.”
Para Passos, o desenvolvimento da Bahia depende do aumento da complexidade industrial. “Precisamos efetivamente, aqui na Bahia, aumentar a complexidade dos produtos que são feitos aqui, que deixemos de ser exportadores de commodities,” defendeu. “Quanto mais complexa for a manufatura de produtos, mais a Bahia estará agregando valor dentro do processo industrial, e nessa agregação de valor se gera emprego, gera renda, gera receita para o Estado.”
