Salvador, 27/11/2025 09:52

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Salvador recebe sessão comentada de cinema “A Loucura Entre Nós: arte, cuidado e desmedicalização”

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Foto: Divulgação
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O que é ser “louco” e quais os seus limites? A arte como aliada na luta antimanicomial. Salvador receberá a sessão comentada de cinema “A Loucura Entre Nós: arte, cuidado e desmedicalização”. O evento gratuito será realizado no Cine UFBA, às 15h, nesta próxima terça-feira (21). Organizada pela Clínica Espaço a – Saúde Integral, a atividade terá a exibição do filme “A Loucura entre Nós” e, logo após, um bate-papo com a participação da cineasta e diretora da obra, Fernanda Vareille, que estará de passagem pela capital baiana.

O diálogo, que será mediado pela psicanalista Bila Brandão, também terá a presença da pesquisadora Lygia Viégas – professora da Faculdade de Educação da UFBA e integrante do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade; de Adriana Cravo, da Diretoria de Museus/IPAC; e de Gustavo Menezes, professor do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA) e militante da Luta Antimanicomial. O bate-papo será transmitido ao vivo para o Cineclube FGV, em São Paulo.

O documentário é um marco nas discussões sobre saúde mental no Brasil e aborda a loucura sob uma perspectiva antimanicomial e desmedicalizante, revelando a potência da arte e do afeto como caminhos de liberdade. A proposta da sessão é criar um espaço de diálogo e escuta sobre os modos de cuidar, os atravessamentos entre arte e clínica e os sentidos da liberdade no campo da saúde mental.

Para Bila Brandão, que é uma das sócias-fundadoras da Clínica Espaço a, a realização da sessão de cinema com debate tem importância social, pois propicia um espaço de diálogo sobre a loucura para além dos estigmas e preconceitos que historicamente a cercam. “Mais do que exibir um filme, essa ação promove a escuta e o encontro entre diferentes saberes: o da arte, o da clínica e o da experiência vivida, fortalecendo a construção de uma sociedade mais inclusiva, solidária e comprometida com os direitos humanos. Ao valorizar a arte como ferramenta de expressão e cuidado, reafirma-se a potência criativa presente em cada sujeito, mesmo naquilo que escapa à norma”, afirmou a psicanalista.

A sessão comentada de cinema integra o projeto “O Corpo Liberto”, que nesta 2ª edição da mostra, oferecerá uma exposição de obras de artistas do CAPS, além de outras oficinas, com a participação de usuários de serviços de saúde mental. A exposição será realizada no primeiro semestre de 2026 e acontecerá no Museu Solar do Ferrão, em Salvador. O projeto foi contemplado nos Editais da Política Nacional Aldir Blanc Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado via PNAB, direcionada pelo Ministério da Cultura do Governo Federal.

O “Corpo Liberto” tem como princípio reforçar junto à sociedade a importância das conquistas da Lei nº 10.216, que em 2001 promoveu a Reforma Psiquiátrica no Brasil, substituindo os manicômios por uma rede de cuidados mais humanizada. Antes da lei, o que se tinha no país eram pessoas isoladas em manicômios, com terapias que utilizavam choques, outras punições e desrespeito aos direitos humanos. Como resultado, ocorreram tragédias como a do manicômio de Barbacena, em Minas Gerais, em que mais de 60 mil internos morreram.

Tags: SALVADOR

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