A recusa do líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes, em assumir o Ministério das Comunicações provocou forte irritação no Palácio do Planalto. O parlamentar chegou a ser anunciado publicamente para o cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas declinou da indicação sob a justificativa de que a movimentação ainda precisava ser discutida com a bancada do partido. O gesto foi interpretado por aliados do governo como um desrespeito institucional e expôs fragilidades na estratégia de articulação política da gestão petista.
A negativa de Pedro Lucas gerou constrangimento e abriu espaço para que interlocutores de Lula avaliem uma possível reconfiguração da presença do União Brasil no primeiro escalão do Executivo. Atualmente, a legenda comanda três ministérios: Pesca, Turismo e Desenvolvimento Regional. A percepção interna no governo é de que a nomeação deveria ter sido previamente acertada com o deputado e com a bancada, evitando a rejeição pública e seus desdobramentos políticos.
O episódio também reacende o debate sobre o real comprometimento do União Brasil com a base governista. Embora formalmente integrante da coalizão, o partido tem adotado posicionamentos independentes em votações estratégicas na Câmara, o que reforça as incertezas quanto à fidelidade da legenda em momentos decisivos para o governo federal.

