Após a Justiça barrar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a bancada de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) planeja concentrar seus esforços em uma nova pauta: o serviço prestado pelo Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos Estaduais (Planserv). A informação é do Bahia Noticia.
A movimentação surge após críticas do governador Jerônimo Rodrigues (PT) à CPI e provocações sobre investigações relacionadas à Operação Overclean.
Em entrevista no mesmo dia da decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Jerônimo ironizou a tentativa da oposição de instaurar uma CPI sobre o MST, sugerindo que a Assembleia deveria investigar o serviço de limpeza, em alusão à operação que prendeu pessoas ligadas ao União Brasil. A declaração foi prontamente rebatida pelo líder da oposição, Tiago Correia (PSDB), que considerou a fala desrespeitosa e um ataque à autonomia do Legislativo.
Tiago Correia afirmou que a CPI do MST havia reunido assinaturas até de parlamentares da base governista, o que demonstraria o apoio amplo à investigação. O líder da oposição ainda afirmou que, caso o governador tenha denúncias a fazer, ele deve encaminhá-las ao Ministério Público, e que, se quiser influenciar os trabalhos da AL-BA, Jerônimo pode se candidatar a deputado nas próximas eleições.
Com a CPI do MST descartada, a oposição agora se dedica a trazer à tona questões sobre o Planserv, que, segundo eles, carece de transparência e tem gerado reclamações entre os servidores públicos. A bancada acredita que a investigação do plano de saúde público será uma nova frente de embate no legislativo baiano, desafiando a gestão do governo estadual.

